08 julho 2009

Divergência entre ricos e pobres mantém impasse sobre pós-Kyoto no G8

Os líderes do G8, grupo das oito nações mais industrializadas do planeta e que faz sua reunião de cúpula anual na Itália até sexta-feira, se comprometeram a tentar reduzir em 80% as emissões de gases do efeito estufa até 2050, desde que o resto do mundo reduza suas emissões em 50%.

Mas alguns países em desenvolvimento, principalmente a China e a Índia, ainda resistem a essa proposta e alegam que as nações mais ricas devem fazer mais para controlar o aquecimento global e que os países pobres não podem pagar a conta com medidas que limitem seu desenvolvimento.

As divergências ameaçam impedir um consenso que permita um acordo global para substituir o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que expira em 2012. O chamado tratado pós-Kyoto deve ser discutido em uma conferência em dezembro em Copenhague, na Dinamarca.

Acordo

Nesta quinta-feira, um grupo dos 17 principais emissores globais de gases do efeito estufa se senta à mesa em Áquila, durante a cúpula do G8, para tentar destravar as negociações.

"Há um acordo (sobre cortes de emissões entre os países do G8), mas a China ainda está cética. Temos que ver amanhã com a Índia e com a China qual o nível de acordo que podemos alcançar", afirmou o premiê da Itália, Silvio Berlusconi, anfitrião da cúpula de Áquila.

Um acordo global para a redução das emissões de gases é considerado essencial para que o mundo evite o aumento das temperaturas médias em mais de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, considerado o ponto crítico após o qual as consequências das mudanças climáticas seriam irreversíveis.

Em uma reunião paralela à cúpula do G8, os líderes do chamado G5, grupo de países emergentes formado por Brasil, China, Índia, África do Sul e México, cobraram dos países ricos o cumprimento das metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto e defenderam esquemas de compensação financeira por eventuais cortes de emissões feitas pelos países mais pobres.

"Não adianta aprovarmos documentos, como aprovamos o Protocolo de Kyoto, e ver que eles não foram cumpridos", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a reunião.

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