23 abril 2014

Pecuária x Meio Ambiente x Vegetarianismo


Não! Não estou defendendo as fábricas que poluem nosso ar. Mas quero dizer que a pecuária é o principal agente de degradação do meio ambiente nos dias de hoje.
Cerca de 18% das emissões dos gases do efeito estufa veem da pecuária contra 13% dos meios de transporte. Existe também a crueldade praticada pelas empresas nos animais. Confere ai..

Amazônia desmatada


De acordo com dados da Revista Vegetarianos (2009), a cada 10 hectares de mata amazônica destruída, 5 desses hectares são utilizados para pastagem e 40% viram plantação de soja.
Em 40 anos, o rebanho bovino na amazônia cresceu de 1.5 para aproximadamente 65 milhões de cabeça e isso não é tudo, 75% das emissões brasileira dos gases do efeito estufa são causadas por queimadas na chamada Amazônia Legal (é uma área que engloba nove estados brasileiros pertencentes à Bacia amazônica e a área de ocorrência das vegetações amazônicas, A atual área de abrangência da Amazônia Legal corresponde à totalidade dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte dos estados do Mato Grosso e Maranhão).

O objetivo desse post é alertar vocês sobre quão mau é o consumo de carne para o meio ambiente, além da forma como são tratados os animais. Não pensem que estou obrigando vocês a se tornarem vegetarianos (eu estou em fase de transição para me tornar um), isso vai da consciência e da vontade de cada um. Porém, enquanto eu lia uma matéria da Revista Vegetarianos - a qual foi fonte para esse post - eu fiquei pensando na importância dessa matéria nos dias de hoje e pensei comigo mesmo: Porque não me tornar um vegetariano? e uma frase me chamou bastante a atenção: "Sem vegetarianismo, não há ambientalismo coerente."
E não é uma verdade? Não seria hipócrita defender a terra, defender o meio ambiente, falar da importância do consumo consciente e de novas e sustentáveis formas de viver, se incentivo as empresas a matar, de forma cruel, os animais e continuarem desmatando florestas para servir de pasto para animais que depois eu os como?
Vou tentar explicar nesse post a importância de ser vegetariano nos dias de hoje e os impactos ambientais da pecuária.



Em 2008, Rajendra Pachauri, presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e prêmio Nobel da Paz, declarou publicamente que as pessoas deveriam considerar comer menos carne como uma forma de combater o aquecimento global. Mesmo que não tenha sido uma afirmação direta ao vegetarianismo, podemos pensar sobre a relação do meio ambiente x vegetarianismo.

A primeira vez que se falou sobre os impactos do consumo de carne no meio ambiente foi em 2007, e foi a própria ONU que anunciou, em um relatório denominado Livestock's Long Shadow: envoronmental issues and options (A Grande sombra dos Estoques Vivos: questões ambientais e opções), falarei sobre Estoques Vivo logo mais nesse post.
Nesse relatório, que foi um resultado de uma longa pesquisa feita pela FAO, agência da ONU para agricultura e alimentação, a conclusão que tiraram foi que, a pecuária industrial (produção de carne, laticínios e outros produtos de origem animal em grande escala) é responsável por 18% das emissões de gases do aquecimento global, como havia citado logo no início. 

Então, o que podemos tirar de conclusão dessa pesquisa feita pela ONU é que: não adianta andarmos de bicicleta, fechar a torneira ou separar o lixo, temos também que refletir o que estamos comendo, afinal, "nós somos o que comemos". E mais, os dados que esse relatório conseguiu, em relação à pecuária foram preocupantes:
  • 9% das emissões de gás carbônico;
  • 37% das emissões de metano (23x mais prejudicial para o ar atmosférico que o CO2);
  • 65% das emissões de óxido nitroso (296x mais prejudicial para o ar atmosférico do que o CO2).

Estoques vivos
O relatório da ONU considerou para formatar a pesquisa, uma nova forma de medição de gases do efeito estufa. Eles levaram em conta não só as emissões provocadas pelo sistema digestivo dos animais (metano CH4 que é produzida pela fermentação entérica, processo digestivo dos herbívoros ruminantes, e óxido nitroso N2O emitido pelas fezes), mas também considerou as emissões de CO2 geradas nas várias etapas de produção da carne, desde a queimada para geração de pastos até o momento do consumo. (ver esquema abaixo)

Bom esse pequeno esquema que fiz, resumi mais ou menos como é o ciclo do boi até a sua mesa.
Então, dentro desse esquema, pode-se incluir mais alguns itens que emitem o CO2, como: transporte da carga viva, fabricação de insumos, produção de ração, manutenção dos estoques refrigerados nos pontos de venda e o uso de energia e água que todo esse processo utiliza.

Impactos ambientais e sociais da pecuária em nível industrial
Depois de sabermos o perigo que é a pecuária em larga escala para o meio ambiente, vamos formatar esses impactos ambientais. A biodiversidade também sore com o crescimento da pecuária.
De acordo com a WWF (World Wide Foundation), 306 das 825 eco-regiões terrestres (que são regiões que interagem para a manutenção da vida) têm a pecuária como uma das principais ameaças. Além disso, o uso insustentável dos recursos hídricos é outro problema relacionado com a pecuária. A ONU relaciona a pecuária com a maior fonte contaminadora de cursos d'água, devido a quantidade de dejetos produzidas pelos animais, descarte incorreto de antibióticos e hormônios usados nos animais para acelerar o processo.
Também são responsáveis pelos 64% de amônia lançada na atmosfera, o que contribui para o aumento de chuvas ácidas.

Uso descontrolado da água na pecuária



De acordo com a matéria: os abatedouros paulistas utilizam, em média, 12 litros de água para processar a carcaça de um frango e 2500 litros para a de um bovino. Não é só nisso que é o gasto de água, há também na alimentação dos animais e até nos peixes (a atividade de criação de peixes e outros animais marinhos, gasta mais água doce do que a irrigação da agricultura).
Para cada kg de carne bovina são gastos 15 litros de água doce.
Na carcinicultura (criação de camarões em viveiros) são gastos de 50 a 60 mil litros de água por cada kg de camarão, além da destruição e degradação de nascentes para a construção de viveiros.
Há também os impactos sociais da pecuária. Em 2007, a pecuária brasileira foi campeã em trabalho escravo, pois eram responsáveis pelos 62% de mão-de-obra escrava. Tudo isso na Amazônia. (imagine no resto do país).


Os números da produção de 1 kg de carne:
   - São 10 mil m² de floresta desmatada;
   - 1 kg de carne produzida gasta 98% à mais de água do que cozinhar 1kg de feijão;
   - A energia gasta seria suficiente para uma lâmpada permanecer 20 dias acesa;
   - 15 mil litros de água doce;
   - A emissão dos gases do efeito estufa é equivalente as emissões de um carro que percorreu 250 km.

Para finalizar esse assunto, deixo para vocês assistirem a um documentário que assisti fazendo esse post. Chama-se "A Carne é fraca", é um documentário já antigo, porém muito atual, algumas imagens são fortes, imagens da crueldade praticada pelos matadouros e empresas de carne nos animais.


Bem, o que podemos concluir desse assunto é que é tão importante nós focarmos em viver de forma consciente e sustentável, ou seja, economizarmos água, evitar sacolinhas plásticas, separar e dar destino correto para o lixo quanto nós atentarmos para nossa alimentação. Eliminando as carnes daremos um grande passo para um consumo consciente e também devemos nós atentar aos produtos do hortifrute (frutas, verduras, legumes e etc) e aos processos utilizados na produção dos mesmos, se são orgânicos ou não.



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fonte: Esse post foi feito com base em pesquisas na internet e uma matéria que saiu na Revista Vegetarianos em abril de 2009.

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