A presidência da Cop-16 quer analisar o relatório de cada área das negociações até as 20h desta quinta-feira (9), 0h no horário de Brasília. Isto para que os acertos finais sejam feitos até amanhã e um possível novo acordo seja fechado entre os mais de 190 países que integram a convenção.
Ontem a chanceler mexicana Patricia Espinosa chamou 50 países para uma plenária para que eles fizessem relatos dos temas referentes ao chamado pacote balanceado de decisões que estão sendo discutidos nesta Cop-16. Os assuntos envolvem de mitigação, adaptação, financiamento, transferência de tecnologia, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), além da visão compartilhada. A idéia é que as negociações sobre cada tema andem de maneira equilibrada.
“A maioria dos países pediu mais tempo para a consolidação dos temas. Hoje será um dia decisivo”, disse a ministra de meio ambiente, Izabella Teixeira.
De acordo com a Izabella todas as áreas apresentaram “suas sensibilidades”, incluindo a questão referente ao Protocolo de Kyoto. Nesta Conferência, coube ao Brasil e ao Reino Unido o papel de facilitadores das negociações sobre o segundo período de vigência do Protocolo de Kyoto.
O tratado, que expira em 2012, é o único acordo obrigatório sobre a redução das emissões. Ele exige que quase 40 países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases do efeito estufa, em 5,2% entre 2008 e 2012. Após este período, ainda não foi estipulado nenhum substituto ao protocolo.
Alguns países se recusam a aceitar um novo período de vigência do protocolo. Já no segundo dia da Conferência em Cancún, Japão anunciou que recusava o segundo período. Logo depois, Canadá, Austrália e Rússia demonstraram querer fazer o mesmo.
Sobre a circulação de um texto sobre um acordo paralelo, Izabela Teixeira foi taxativa. “Eu não vi nenhum texto escrito por ninguém”, disse. De acordo com matéria do jornal britânico “The Guardian”, Europa e o grupo dos países insulares, em conjunto, estariam tentando propor um novo tratado internacional para a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.
Plano Nacional de Mudanças Climáticas
A ministra Izabella Teixeira falou hoje no plenário da Conferência do Clima e comunicou a assinatura do presidente Lula do decreto da Política de Mudanças Climáticas no Brasil. O plano foi assinado pelo presidente Lula hoje e estipula as estratégias que o Brasil vai usar para atingir a meta de 36% a 38% até 2020 de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O plano se refere a reduções de emissões nas áreas de desmatamento na Amazônia, desmatamento do cerrado, siderurgia, energia e agricultura.
O decreto prevê que o máximo das emissões do Brasil de gases causadores do efeito estufa seja de 2 bilhões de toneladas em 2020. Estudos mostram que com a previsão de crescimento econômico de 5% ao ano, estas emissões poderiam ser de 3,2 bilhões de toneladas, á em 1,8 bilhões de toneladas.
“É o primeiro país do mundo a apresentar o cenário concreto e de longo prazo de redução de emissões no planeta. Isso que dizer que a gente vem negociar com ação feita, está exigindo coisas, mas internamente também estamos fazendo”, disse a jornalistas.
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