Na hora de comprar um celular ou um computador levamos em consideração preço e qualidade. Descobrir que o aparelho está carregado de produtos tóxicos e que a empresa produtora não respeita critérios ambientais de descarte e reciclagem e usa energia suja para produzi-lo mudaria essa compra? A resposta do mercado é, cada vez mais, sim. Enquanto consumidores buscam produtos ecologicamente corretos, grandes marcas se esmeram por um bom lugar em nosso Guia de Eletrônicos Verdes.
Na última década, a vida útil de um computador passou de seis para dois anos, tempo em que ele já está pronto para ser substituído pelo último modelo. O mesmo vale para celular, aparelhos de TV e de jogos eletrônicos. A febre por inovação faz com que, a cada ano, entre 20 e 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico parem em aterros ou sejam incineradas, quantidade suficiente para encher caminhões enfileirados em uma volta ao redor da Terra. O lixo eletrônico, em muitos países, já chega a 5% de todo o resíduo sólido urbano rejeitado. Na Europa, esse tipo de descarte cresce três vezes mais rápido do que qualquer outro.
Não é só a quantidade que assusta. Aparelhos eletrônicos são uma mistura de produtos tóxicos e metais pesados, com alto potencial de prejuízo à saúde humana. Um celular pode conter entre 500 e 1.000 componentes, alguns altamente perigosos como chumbo, mercúrio, cádmio e berílio. Os maiores vilões dessa lista são os Retardantes de Chama Brominados (BFR, na sigla em inglês), substância usada para inibir a combustão, e o PVC, componente do plástico. Eles não só poluem o ambiente, como colocam trabalhadores em risco de exposição tóxica durante a produção e o descarte do aparelho.
Segundo dados da Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), mais de três quartos dos computadores vendidos no país acumulam pó em armazéns ou estão empilhados em garagens e armários. Quando não vão para o lixo, eles são revendidos, muitas vezes ilegalmente, para países em desenvolvimento, onde a população tem menor poder aquisitivo para comprar novos. O resultado? Em pouco tempo vão parar nos lixões por lá também. A previsão é que, com isso, esses países tripliquem a produção do chamado “e-lixo” nos próximos cinco anos.
Confira o ranking das empresas que mais contribuem para com esses lixos:
7.3 Nokia – Permanece em 1° lugar, perdendo pontos em relação à última edição por não apoiar uma legislação mais severa para a Restrição a Substâncias Perigosas (Restriction of Hazardous Substances – RoHS, do inglês). Ganha pontos por baixo uso de tóxicos e perde no quesito redução de energia.
6.9 Sony Ericsson – Entra no 2º lugar do ranking graças à boa conduta com tóxicos: é a primeira empresa a obter pontuação máxima em todos os critérios químicos avaliados.
5.3 Toshiba – Traz progressos na eliminação de tóxicos, mas falha em apresentar metas consistentes para maiores diminuições no futuro e por não apoiar novas diretrizes para o acordo de Restrição a Substâncias Perigosas (RoHS). Corre o risco de cair mais caso não cumpra o prazo prometido de apresentar modelos livres de PVC e BRF até abril de 2010.
5.3 Philips – O fraco apoio à revisão de RoHS mantém a Philips no 4º lugar, apesar de sua boa pontuação nos quesitos químicos e energéticos.
5.1 Apple – A subida continua para a Apple, que em três edições passou do 11º ao 5º lugar. Sua melhor pontuação ficou no critério de químicos: todos os seus produtos estão livres de PVC e BFR.
5.1 LG Electronics – Promessas não cumpridas impediram a empresa de subir no ranking. Ter todos os produtos livres de toxinas até o fim de 2010 já não é factível. O novo acordo define que celulares cumprirão a meta. Monitores de TV e computadores terão de esperar até 2012 e aparelhos domésticos, até 2014.
5.1 Sony – Boa atuação em cortes e compensações de emissão de gases de efeito estufa. 75% da linha de laptops Sony Vaio já preenche os principais requisitos de uso energético.
5.1 Motorola – Pequena queda no ranking, graças ao fraco apoio a uma legislação mais rigorosa no acordo de Restrição a Substâncias Perigosas (RoHS) e ao posicionamento pouco definido sobre a completa eliminação de PVC, CRF e BFR no prazo de três a cinco anos.
5.1 Samsung – Queda drástica para a Samsung, que passou de um glorioso 2º para o 7º lugar, penalizada recentemente pelo não cumprimento dos acordos firmados. A empresa prometera eliminar BFR até janeiro de 2010, o que não foi realizado. A nova data é janeiro de 2011, mas somente para computadores estilo notebook. TV e equipamentos domésticos ainda não têm data definida.
4.9 Panasonic – Nada muda para a Panasonic, empresa com boa pontuação em energia, mas fraca em lixo e reciclagem.
4.7 HP – Melhorou de posição graças ao apoio global à redução de emissões de gases do efeito estufa, mas peca pela falta de suporte à nova legislação sobre tóxicos (RoHS).
4.5 Acer – Nada muda para a Acer, que se fortaleceu no apoio à nova legislação de substâncias perigosas.
4.5 Sharp – Perde pontos por não deixar claro seu posicionamento sobre eliminação de tóxicos e nova legislação de químicos.
3.9 Dell – Fraca no critério de energia, a empresa teve pontos retirados também por não cumprir o prazo de fim de 2009 para a eliminação de PVC e BFR. A nova data agora é fim de 2011.
3.5 Fujitsu – A empresa melhorou no ranking por apoiar medidas de redução global de emissões de gases do efeito estufa e por ações mais concretas dentro de casa. Todos os notebooks e tablets lançados atingiram os últimos padrões requisitados de eficiência energética.
2.5 Lenovo – A posição da empresa permanece a mesma, com pontos perdidos graças ao não cumprimento das metas de eliminação de PVC e BFR até o fim de 2009.
2.4 Microsoft – Perdeu pontos pela falta de adesão a uma nova legislação para o uso de substâncias perigosas.
1.4 Nintendo – A empresa segue no mau exemplo, com nenhum ganho de pontos.
fonte: Greenpeace
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