Nas pequenas ilhas do Pacífico, que têm o nome do navegador britânico que as descobriu em 1767 (Philip Carteret), vivem cerca de 2600 pessoas.
As primeiras cinco famílias já se mudaram para Bougainville, a ilha maior perto a cerca de 80 quilómetros das ilhas Carteret, perto da costa da Papua Nova Guiné, segundo o blogger que escreve para o site Ecologist, Dan Box.
A vida nas ilhas Carteret vem a ficar cada vez mais difícil nos últimos anos: as águas do mar vêm e limpam as ilhas dos frutos e vegetais cultivados, destruindo a sua capacidade de subsistência.
Ironicamente, dizia recentemente um artigo do diário britânico "Daily Mail" a propósito da iminente saída de pessoas da ilha, o povo das Ilhas Carteret, entre a água cristalina do Pacífico, vivam de um modo em que produziriam talvez a menor quantidade de emissões de carbono do mundo – mas foram os primeiros a sofrer de forma tão drástica os seus efeitos. Nas ilhas não há carros, não há electricidade, não há televisão, não há telefones. O contacto com o mundo exterior é a vinda de um navio que traz comida enlatada e arroz de Bougainville.
O jornal britânico "The Guardian" sublinha que estas não são “os primeiros refugiados das alterações climáticas”, lembrando que houve já pessoas deslocadas por alterações climáticas desde há milénios, quer naturais, como cheias, quer provocadas pelo homem, como problemas criados por cultivos por exemplo no norte de África. Mas será a primeira deslocação de todo um povo como resultado do actual aquecimento global.
As cinco famílias que se mudaram agora, ou as 2600 pessoas que deverão mudar de casa nos próximos tempos, não são ainda números muito impressionantes. Mas, escreve o "Guardian", este poderá ser o início de uma saída em massa de pessoas de cidades costeiras e regiões a baixa altitude. “O desastre começou, mas até agora ninguém notou”, escrevia o diário.
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